A função dos carboidratos é: fornecer a energia para o funcionamento de todas as células do nosso organismo, mantendo-nos vivos. Dentro do grupo dos carboidratos, estão os cereais (arroz, trigo, milho, aveia, etc), os tubérculos (batatas, mandioca, mandioquinha, etc) e os açúcares (mel, frutose, lactose, glicose).
Os carboidratos podem ser divididos em complexos (polissacarídeos) e simples (monossacarídeos). Apenas os carboidratos simples podem ser absorvidos pelo intestino, entrar na circulação sanguínea e daí dentro das células, para virar energia. Os carboidratos complexos precisam ser digeridos e transformados em monossacarídeos para poderem ser aproveitados. O monossacarídeo mais famoso e importante é a glicose.
Para entrar na célula e fornecer energia ao nosso organismo a glicose precisa de uma “chave”. Sem essa chave, ela fica na corrente sanguínea se acumulando, e causa muitos danos aos diversos órgãos. Essa “chave” é a insulina, produzida pelo pâncreas, cuja falta ou ação defeituosa, causa o diabetes.
Existem vários tipos de dieta usados no tratamento do diabetes e um dos mais utilizados atualmente é o da contagem de carboidratos.
Todos os portadores de diabetes tipo 1 bem como os diabéticos tipo 2 em terapia intensiva com múltiplas doses de insulina, ou usando bomba de infusão de insulina podem utilizar a técnica
Sabendo a quantidade exata de carboidrato ingerido, o método nos permite dosar a quantidade exata de insulina a ser aplicada evitando carboidratos demais na corrente sanguínea (hiperglicemia) ou de menos (hipoglicemia).
A contagem de carboidratos é uma ferramenta poderosa que requer disciplina e conhecimentos no seu manuseio, mas confere muita liberdade aos pacientes diabéticos que utilizam a técnica, uma vez que os mesmos podem comer de tudo, desde que saibam quantos carboidratos estão ingerindo e apliquem insulina ultra-rapida (NovoRapid, Humalog ou Apidra) toda vez que ingerirem carboidratos – geralmente mais do que 15 gramas de carboidrato.
Alguns parâmetros que variam de pessoa para pessoa precisam ser determinados pelo médico antes do tratamento. Dentre eles está a sensibilidade à insulina e o tipo de insulina que será utilizado no esquema.
Em geral para um adulto a necessidade de insulina está por volta de uma unidade de insulina ultra-rapida para cada 15 gramas de carboidrato (CHO) ingeridos.
Para facilitar vamos supor que João é diabético e resolveu utilizar a técnica de contagem de carboidratos. O médico já determinou em tratamentos anteriores que João necessita de 1U de insulina para cada15g de CHO ingeridos.
João então fez o seguinte café da manhã:
– 1 copo de leite (240 ml)
– 1 colher de achocolatado
– 1 Pão francês
– 1 Fatia média de queijo
Porém antes de se alimentar ele retirou a tabela de carboidratos de seu bolso, a qual consta a quantidade de carboidratos que existem nos alimentos mais utilizados pelos brasileiros, e calculou:
-1 copo de leite tem 12g de Carboidratos (CHO)
– 1 colher de achocolatado tem 13g de CHO
– 1 Pão francês tem 28g de CHO
– 1 Fatia média de queijo não tem CHO
TOTAL= 53g de CHO
Para finalizar basta dividir a quantidade total de carboidratos dos alimentos pela relação insulina/carboidrato –
53g por 15g/U = 3,53U de insulina deverá ser aplicado para aquela refeição.
Em todas as refeições estes cálculos devem ser realizados.
Por Tiago S. Ferreira com supervisão de Dr. Walter Minicucci